No último sábado, 19, novos protestos pelo fim do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) voltaram a tomar as ruas do Brasil. Em Porto Alegre, o Sintrajufe/RS participou da manifestação, que reuniu, segundo os organizadores, mesmo com chuva, cerca de 50 mil pessoas. Também houve mobilizações em diversas cidades do interior do estado e em centenas de lugares em todo o país.
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Na pauta dos protestos, o chamado por Fora Bolsonaro esteve sempre presente, em diálogo com outras lutas específicas: contra a reforma istrativa (PEC 32/2020), por vacina urgente para todos e todas e por auxílio emergencial de R$ 600. A defesa de vacina no braço e comida no prato esteve presente, como nas manifestações anteriores. No dia 29 de maio, mais recente dia de protestos, já haviam sido centenas de milhares de trabalhadores e trabalhadoras nas ruas. Esse número aumentou no último sábado, ampliando a pressão pelo fim do governo, por medidas que garantam a vida e a renda da população e em defesa dos serviços públicos.
Conforme levantamento das centrais sindicais, que estiveram entre os organizadores das lutas em todo o país, no Rio Grande do Sul estavam confirmados 47 atos. No Brasil, mais de 400 cidades marcaram mobilizações. Também foram realizadas manifestações no exterior, em países como Estados Unidos, Alemanha e Inglaterra.
Com proteções contra a Covid-19 e contra a chuva, em Porto Alegre os e as manifestantes se reuniram no meio da tarde no Largo Glênio Peres, em frente à Prefeitura. Mais tarde, saíram em marcha até o Largo Zumbi dos Palmares, onde a manifestação foi encerrada por volta das 18h. Cartazes e faixas destacavam as pautas do ato, incluindo a faixa levada pelo Sintrajufe/RS, com os dizeres Fora BolsonaroNão à reforma istrativanão é uma reforma, é o fim dos serviços públicos . Outras entidades que fazem parte da Frente dos Servidores Públicos do Rio Grande do Sul estiveram no ato denunciando os efeitos de uma possível aprovação da PEC 32.
Em Novo Hamburgo, o Sintrajufe/RS também participou da mobilização do sábado. O sindicato integra, na região, o Comitê pela Democracia do Vale do Paranhana, um dos organizadores das atividades. Foram centenas de manifestantes em Novo Hamburgo, e o diretor Diogo Corrêa, que estava entre eles, destaca que a atividade foi uma espécie de esquenta para o ato da capital, para onde muitos se dirigiram na sequência. Na Região Metropolitana de Porto Alegre, também foram registrados atos em cidades como São Leopoldo e Esteio.
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Para o diretor do Sintrajufe/RS Marcelo Carlini, tanto o ato do dia 29 de maio, quanto o de 19 de junho demonstram um aumento da consciência de que não dá para esperar até 2022 com esse governo. Foi isso que trouxe 50 mil pessoas às ruas de Porto Alegre e outras centenas de milhares em todo o Brasil. A escalada autoritária de Bolsonaro cresce, hoje suas declarações nervosas atacando a imprensa não escondem onde ele quer chegar. Fora Bolsonaro e seus generais! Abaixo a reforma istrativa! .
A diretora Clarice Camargo também participou do ato. Para ela, foi um momento bem marcante, justamente no dia em que o Brasil chegava às 500 mil mortes por Covid-19. a organização, a grande participação de jovens, categorias organizadas, ou seja, ainda a vanguarda dos movimentos sociais deve animar muito mais a todos nós, fazer mais e mais atos de rua, porque precisamos mostrar o quanto o governo Bolsonaro nos causa em termos de danos. Queremos prevenção, vacina no braço, comida no prato, mas, com o presidente que aí está e sua equipe de ministros, nada disso será possível .
Também diretora do Sintrajufe/RS, Cristina Viana aponta que o comparecimento em massa, onde se via, além das centrais, sindicatos e movimentos populares, muitas famílias e o apoio do povo nas ruas, demonstra que esse governo está no fim. Os gritos ˜fora Bolsonaro™, ˜Bolsonaro genocida™, ˜tire a mão da Amazônia™, ˜queremos vacina™, ˜viva o SUS™ e ˜viva o serviço público™ estavam nas faixas, cartazes e na garganta das pessoas. Cada vez maior e tomando mais vulto, a manifestação refletiu o real desejo da população e enfraquece o governo e suas pautas de destruição .
Para Mara Weber, diretora do Sintrajufe/RS, o 19J marcou um momento de virada importante na reação ao projeto de morte do governo Bolsonaro. A chuva, o frio e o medo de adoecer e morrer não foram suficientes pra segurar a tristeza, a indignação e a certeza de que esse governo não pode durar até 2022. Fomos pra rua, com máscara, muito álcool e mantendo o distanciamento possível em uma multidão de mais de 50 mil pessoas. As 500 mil mortes é luto demais, a fome que vemos todos dias nas ruas é desumano, o desemprego e a destruição do serviço público, do nosso meio ambiente, do nosso futuro¦. Fomos pra rua defender a esperança no futuro. O Brasil tem saída e podemos mudar a história. O primeiro o é ˜Fora Bolsonaro™. E o dia 19 mostrou a mudança de ventos e que já basta de tanta miséria, morte e destruição. Queremos fartura, vida e construção. Muita luta pela frente, mas agora com povo na rua .
O diretor Zé Oliveira lembra que fomos às ruas novamente, com os necessários cuidados, mas com os receios normais em função da pandemia, com o trágico número de 500 mil mortes, e encarando a chuva que veio durante a caminhada. Mas irmos às ruas é mais do que necessário, é essencial. É essencial para defender o serviço público contra a PEC 32, é necessário para defender a vacina para todos e todas, é essencial berrar ˜Fora Bolsonaro™. Fomos às ruas, trabalhadores e trabalhadoras do serviço público e da iniciativa privada, estudantes, lideranças políticas, sindicais, dos movimentos de mulheres, LGBTs, contra o racismo e em defesa dos povos indígenas. E vamos continuar até derrotar este governo, pois não dá mais para aguentar os ataques aos direitos, a ameaça de destruição do serviço público e os 500 mil mortes por conta da Covid-19, mortes que poderiam ser em número bem menor não fossem o negacionismo e a falta de medidas (ou as medidas intencionais que agravaram o quadro da pandemia) do governo genocida de Bolsonaro .
Arlene Barcellos, também diretora do Sintrajufe/RS e que esteve no ato, reforça a importância da mobilização: Nesse dia de luta, denunciamos que o governo segue seu projeto de destruição do Estado Social com a PEC 32/2020, por isso é dizer não à reforma istrativa, porque será o fim dos serviços públicos. Por isso, as manifestações que ocorreram ao longo do trajeto foram por vacina no braço e comida no prato, com vacina para todos e todas, auxílio emergencial de no mínimo R$600,00 e contra a reforma istrativa do governo Bolsonaro e Paulo Guedes .
Para o diretor Fabrício Loguércio, dezenas de milhares nas ruas de Porto Alegre, mesmo com chuva e frio, mostram a disposição de lutar contra o genocídio promovido por Bolsonaro. Tirar Bolsonaro e seu governo é a única maneira de parar o sofrimento do povo. Todos com máscara, estivemos nas ruas, e não poderia ser diferente .
O diretor Paulo Guadagnin destaca que o ato do 19 de junho foi enorme, nem a chuva forte diminuiu a vontade de lutar da população. Fica cada vez mais claro que não podemos esperar para tirar esse governo. Com os 500 mil mortos, o Brasil voltando ao mapa da fome, a reforma istrativa, e as ameaças de golpe que o próprio governo dá, podemos nem ter mais país no ano que vem. Por outro lado, os empresários comemoram a retomada do PIB com o aumento da concentração de renda e apoiam as reformas destruidoras de direitos do governo. Por isso o dia 19 foi um o muito importante em demonstrar que o povo sabe que Bolsonaro é mais perigoso que o vírus, e só a classe trabalhadora, unida e organizada é que pode derrubar o seu governo! Fora Bolsonaro e seus generais! .
O diretor Ramiro López reforça ainda que foi uma manifestação importante para uma população que diz ˜basta de mortes™ e ˜basta de perdas de direitos™. Queremos o ˜Fora Bolsonaro™. Foi também um momento importante para a nossa categoria, especificamente, para mostrar à população em geral, como temos feito, que somos contrários à reforma istrativa e que quem perde com essa reforma é o povo, é quem mais precisa de serviços públicos. Assim, esse foi um momento para fortalecer essas lutas e defender os direitos de todos e todas .