SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT 48562h

RACISMO E XENOFOBIA 83w6t

Sintrajufe/RS participa de ato neste sábado exigindo justiça por Moí¯se 3v2d2y

Diversas cidades brasileiras confirmaram atos simultâneos para este sábado, 5, às 10h, pedindo justiça para o refugiado congolês Moí¯se Mugenyi Kabagambe. O assassinato brutal do jovem de 24 anos ocorreu no dia 24 de janeiro, quando ele foi cobrar o pagamento de dois dias de trabalho no quiosque Tropicália, no Rio de Janeiro. Ele e a famí­lia, todos refugiados, viviam no Brasil desde 2011. O Sintrajufe/RS participará do ato público em Porto Alegre, que ocorrerá nos arcos da Redenção.

A forma como as autoridades policiais trataram o caso, inclusive pelo fato de a famí­lia de Moí¯se ter sido informada de sua morte três dias depois do ocorrido, e de estar agora sendo intimidada pela polí­cia, reforça a necessidade de não se naturalizarem as torturas e os assassinatos contra a população negra do paí­s.

Depois da repercussão do caso nas redes sociais, as autoridades prenderam três pessoas: Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca, 27, Brendon Alexander Luz da Silva, 21, e Fábio Pirineus da Silva, 41. Eles trabalhavam em outros dois quiosques da orla e confessaram participação no crime. Suas prisões temporárias foram decretadas por suspeita de homicí­dio duplamente qualificado (impossibilidade de defesa e meio cruel).

O crime segue sob investigação da Polí­cia Civil, correndo em sigilo. O advogado que representa o dono do quiosque sustenta que ele não tinha dí­vidas trabalhistas com o congolês e disse que o cliente não estava no local no momento das agressões. A ausência de menções ao nome do proprietário é vista com desconfiança pelas entidades engajadas para pressionar pela solução do caso

Esse ato brutal, que não somente manifesta o racismo estrutural da sociedade Brasileira, mas claramente demonstra a xenofobia dentro das suas formas, contra os estrangeiros, nós da comunidade congolesa não vamos nos calar. Combater com firmeza e vencer o racismo, a xenofobia, é uma condição para que o Brasil se torne uma nação justa e democrática , diz trecho da carta aberta divulgada pela comunidade congolesa no Rio de Janeiro.


O racismo por trás do perfil de sujeito perigoso 5c5k2p

Na quarta-feira, 2, Durval Teófilo Filho, 38 anos, foi assassinado no condomí­nio onde morava, no Rio de Janeiro. O vizinho, sargento da Marinha, deu três tiros, pois pensou que a ví­tima, que estava procurando a chave do portão, era um ladrão e estava buscando uma arma na bolsa. O que fez o militar concluir que Durval era um assaltante? A cor da pele.

Mesmo tendo disparado três tiros (dois acertaram no peito e na perna), o assassino foi indiciado por homicí­dio culposo. Assim como o que mataram Moí¯se, a alegação do militar foi a mesma: não tinha intenção de matar. A famí­lia de Durval manifestou inconformidade com esse indiciamento.

O perfil de sujeito perigoso , no Brasil, tem uma cor: negra. São bastante conhecidas as abordagens truculentas da polí­cia a pessoas negras, tratadas como suspeitas pelo simples fato de andarem na rua. Não são suposições: a Polí­cia Civil do Ceará teve escancarado o racismo quando a imprensa divulgou seu Termo de Reconhecimento Fotográfico. O ator hollywoodiano Michael B. Jordan constava no catálogo de reconhecimento fotográfico de suspeitos. Não é preciso dizer qual a cor da pele de Jordan.

Sintrajufe/RS com informações de CUT Brasil, G1, Migra Mundo e Diário do Nordeste