O Sindiágua/RS ingressou com uma representação no Tribunal de Contas do Estado (TCE), buscando a nulidade da audiência pública, ocorrida de forma virtual na terça-feira, 1º de novembro, em Porto Alegre, sobre o processo de privatização da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan). O governo do Rio Grande do Sul, de Ranolfo Vieira Júnior (PSDB) e Eduardo Leite (PSDB), quer realizar o leilão de entrega da empresa ainda em dezembro.
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A representação requer também que o Tribunal de Contas encaminhe ao Ministério Público (MP) uma apuração de eventual conduta ilícita por parte da direção da Corsan. A empresa atende 307 dos 497 municípios gaúchos, levando água de qualidade para a população. O sindicato alega que a audiência pública não atingiu os objetivos de publicidade, mesmo com a solicitação de diversas entidades, pois não foi permitida a participação na mesa de representantes para fazer um contraponto e nem mesmo de espectadores para fazer manifestações e questionamentos.
O presidente do Sindiágua/RS, Arilson Wünsch, considera que a sessão foi ilegal, uma vez que a mesma só poderia ser realizada mediante autorização do TCE por fazer parte do processo de privatização, o que não ocorreu . Segundo o dirigente sindical, o objetivo da audiência pública seria prestar informações à população e receber contribuições referentes ao processo, no entanto a transmissão da audiência foi fechada e não permitiu que os espectadores enviassem perguntas ou se manifestassem, pois não abriu espaço para comentários no canal em que foi transmitida . De acordo com Arilson, a atual direção da Corsan só causou desgaste e prejuízos à companhia, pois em cada fala desmerece e desvaloriza o trabalho da categoria e a capacidade da empresa de atender a população gaúcha .
Os dados apresentados pelo Barbuti (presidente da Corsan) não condizem com a realidade da companhia, é um absurdo querer entregar a Corsan ao preço de R$ 4 bilhões e um possível ágio em torno de R$ 6 a 7 bilhões, o que representa apenas dois anos de faturamento para um contrato de no mínimo 40 anos, uma verdadeira mina de ouro , denuncia o dirigente. E completa: Estamos tomando as medidas cabíveis para a anulação deste processo absurdo contra o povo gaúcho. É lamentável que uma audiência pública não tenha público , resume Arilson. Ele salienta que ˜água é um bem de todos e não pode ser tratada como mercadoria .
Editado por Sintrajufe/RS; fonte: CUT/RS.