SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT 48562h

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PEC Emergencial deve ficar para 2021; trabalhadores ganham tempo para defender serviços públicos

O senador Márcio Bittar (MDB/AC), divulgou nota na manhã desta sexta-feira, 11, afirmando que não irá apresentar em 2020 seu parecer sobre a proposta de emenda à Constituição 186/2019, a PEC Emergencial, da qual é relator. Ainda conforme Bittar, o parecer será apresentado tão logo o Congresso Nacional retome suas atividades e o momento polí­tico se mostre mais adequado , em 2021.

O adiamento demonstra a dificuldade do governo em construir sua articulação polí­tica no Congresso. O imbróglio em torno da sucessão presidencial na Câmara dos Deputados e no Senado aumentou essa dificuldade e, assim, temas delicados como a PEC Emergencial e a reforma istrativa (PEC 32/2020) poderiam encontrar problemas na votação. Assim, o governo prefere não arriscar, para frustração do mercado financeiro, dos bancos e dos grandes empresários, os principais beneficiados pelas medidas propostas.

Do lado dos trabalhadores e das trabalhadoras, o recuo temporário não pode apagar o sinal de alerta porque, mesmo que realmente as PECs fiquem para 2021, a mobilização precisa seguir. Além disso, não faltam exemplos recentes de ataques engendrados no apagar das luzes. É o caso da PEC do Orçamento de Guerra: na calada da noite, uma emenda apresentada pelo Partido Novo tentou permitir o corte de até 50% nos salários de servidores e servidoras. A emenda acabou barrada. Outra rasteira no interesse público foi ada agora, nesta semana, na votação referente ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb): o governo tentou acabar com o Fundo, a pressão popular conquistou sua manutenção, mas agora, no momento da regulamentação na Câmara dos Deputados, foram aprovados rees ao setor privadoe está em discussão também a possibilidade de beneficiar escolas ligadas a igrejas.

A PEC Emergencial DDD

O relatório de Márcio Bittar para a PEC Emergencial, embora ainda não apresentado oficialmente, já circula. Ele exclui itens como a redução de salários e jornadas, a desindexação, a desobrigação e a desvinculação do Orçamento (DDD) e a unificação dos investimentos em saúde e educação. Não se pode, porém, como se viu, confiar que esses pontos seguirão fora da PEC até sua possí­vel aprovação. Além disso, outras ações de desmonte dos serviços públicos seguem na proposta, como a facilitação do acionamento dos gatilhos do teto de gastos e a extinção de fundos públicos.

Projeto de desmonte

Enquanto o mercado financeiro lamenta a redução da economia proporcionada pelas mudanças estruturais que o governo pretende fazer, os trabalhadores e as trabalhadoras seguem a batalha por mais e melhores serviços públicos. A PEC Emergencial está inserida em um amplo projeto de desmonte e, no limite, extinção dos serviços oferecidos à população de forma pública. A reforma istrativa propriamente dita, a PEC 32/2020, é outro eixo desse processo. Os concursos, a estabilidade, os salários, os empregos e a prestação de serviços estão na alça de mira de Bolsonaro e de Paulo Guedes.

Em alguns estados, o projeto encontra e. No Rio Grande do Sul, o governador Eduardo Leite (PSDB) acaba de enviar à Assembleia Legislativa uma proposta de teto de gastos estadual . A pressão por ajustes nos estados a, também, pela tramitação das propostas no ní­vel federal: conforme reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, seis estados, entre eles o Rio Grande do Sul, irão congelar imediatamente os salários dos servidores se a PEC Emergencial for aprovada, por conta dos gatilhos contidos na proposta.

Luta coletiva

A luta contra a PEC Emergencial, assim, da mesma forma como no caso da reforma istrativa, precisa reunir servidores e servidoras federais, estaduais e municipais. O projeto de desmonte afeta a todos os servidores e a toda a população, que perderá os serviços públicos que hoje são oferecidos. O Sintrajufe/RS, juntamente com outras entidades representativas do funcionalismo das três esferas e com movimentos populares, tem construí­do campanhas e ações de mobilização para barrar essas propostas e derrotar o governo. Trata-se da defesa da ideia de que, para melhorar o paí­s, é preciso mais e melhores serviços públicos, não menos. Essa luta não acaba em 2020 e terá momentos fundamentais nas próximas semanas.