A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), maiores entidades da categoria petroleira, enviaram uma carta nesta quarta-feira (28) ao presidente Lula (PT) e a ministros solicitando um embargo energético a Israel, por conta do genocídio que está perpetrando contra o povo palestino na Faixa de Gaza.
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As entidades afirmam que “é essencial que o Brasil adote medidas práticas mais eficazes e robustas em conformidade com as obrigações internacionais emanadas das decisões da Corte Internacional de Justiça e da Assembleia Geral das Nações Unidas, considerando os acordos militares ainda vigentes do Brasil com Israel”. Nesse sentido, solicitam a um embargo global total urgente de energia e armas para frear o genocídio, e desmantelar o apartheid e a ocupação ilegal por Israel”. As federações exigem a responsabilização por crimes de guerra e a imposição de sanções “não apenas como um dever moral, mas também como responsabilidade legal de todos os Estados” e pedem que sejam respeitados os pareceres da Corte Internacional de Justiça “impondo um embargo energético interrompendo a exportação de petróleo para Israel, e a paralisação imediata de projetos com empresas de energia israelenses”.
Ao Sintrajufe/RS, a presidente do SindiPetro/RS Miriam Cabreira, que também integra a direção da FUP, afirma que “o objetivo desse esforço conjunto das federações de petroleiros é justamente que o governo tome medidas práticas, além do posicionamento que ele já tem contrário ao genocídio que ocorre na faixa de Gaza por parte de Israel, é que tome medidas concretas para que o governo de Israel não tenha recursos energéticos para continuar essa política genocida. Nós temos como exemplo na América Latina a Colômbia, cujo presidente Pietro emitiu o decreto colocando que nenhuma exportação de fontes energéticas da Colômbia deveria ocorrer, seja de empresas públicas ou de empresas privadas. O governo Lula deveria tomar uma medida mais enérgica nesse sentido para que efetivamente Israel tenha algum tipo de sanção e dificulte essa prática genocida que eles estão cometendo. Já ficou muito claro o caráter genocida pelo fato de não permitir os humanitários, ajudas humanitárias, além de toda a resposta desproporcional que Israel faz com relação à faixa de Gaza. Então é importante que os países, além de condenar, tomem medidas práticas para começar a dar um basta nesse genocídio que está ocorrendo com a população palestina”.
O apelo da FNP e da FUP reflete as crescentes demandas da sociedade civil brasileira e internacional – incluindo artistas, acadêmicos, parlamentares e movimentos sociais – que instam aos governantes, e no caso do Brasil, ao presidente Lula a agir contra as políticas de Israel. As principais demandas incluem um embargo ao petróleo, o fim do acordo de livre comércio e o rompimento das relações com o governo de Netanyahu. As federações avaliam que a posição do governo brasileiro, na voz do presidente Lula, tem sido coerente com a crueldade imposta pelo estado israelense ao povo palestino. Essa semana, Lula criticou a “crueldade e desumanidade de um conflito que opõe um estado fortemente armado contra a população civil indefesa, vitimando diariamente mulheres e crianças inocentes”, e afirmou que “o único objetivo da atual fase desse genocídio é privar os palestinos das condições mínimas de vida com vistas a expulsá-los de seu legítimo território”.
Leia abaixo a íntegra da carta enviada ao presidente Lula: 2d5v2d
DNE_016._2025_-_Suspensao_de_Suprimentos_Energeticos_a_Israel_assinadoChico Buarque e outras personalidades pedem rompimento com Israel 49r3
Nessa quarta-feira, 28, a entidade Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) enviou a Lula uma carta pedindo ruptura com o Estado de Israel. A carta é assinada por diversas personalidades das artes, da política e da academia, como Chico Buarque, Carol Proner, Arlene Clemesha, Manuela D’Ávila, Emir Sader, Erika Hilton e Francisco Rezek. A carta defende um “embargo militar bilateral e embargo energético” contra Israel: “É indispensável que o Brasil se junte às demais nações que aplicaram sanções ao regime israelense, rompendo relações diplomáticas e comerciais com o Estado sionista de Israel”, afirma o documento. No momento do envio, a carta, que segue aberta a adesões, contava com s de 113 pessoas, seis partidos, sete entidades sindicais, 29 organizações e comitês árabes e palestinos e 89 organizações da sociedade civil.
Fonte: Federação Única dos Petroleiros (FUP)
Foto: hosnysalah/Pixabay