SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT 48562h

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Em reunião com a Presidência do TRF4, Sintrajufe/RS reforça defesa de manutenção do trabalho remoto d6i3i

Na tarde desta segunda-feira, 15, o Sintrajufe/RS e diversas entidades, como o Sintrajusc/SC e o Sinjuspar/PR, reuniram-se, de maneira remota, com a Presidência do TRF4. O encontro teve como pauta a resolução 322/2020 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que possibilita o retorno do trabalho presencial a partir de 15 de junho, e como essa questão será encaminhada na 4ª Região. O assunto havia sido tratado com as entidades sindicais, no dia 10, em reunião com a corregedora regional da Justiça Federal da 4ª Região, Luciane Amaral Corrêa Münch, quando ela se manifestou pela manutenção do trabalho remoto.

O sindicato foi representado pelo diretor Zé Oliveira. Pela istração, estavam presentes, além do presidente do TRF4, desembargador Victor Luiz dos Santos Laus, o diretor-geral, Gaspar Paines Filho, o diretor da área de tecnologia da informação, Cristian Prange, e a assessora da presidência, Clarissa Ramos de Mello.

O Sintrajufe/RS havia solicitado audiência com a Presidência e, posteriormente, os três sindicatos representantes de servidoras e servidores da Justiça na 4ª Região requereram ser recebidos, uma vez que o assunto afeta a todas e todos. Além das entidades sindicais, estavam presentes representantes dos seguintes órgãos e entidades: Procuradoria-Geral da União na 4ª Região; Procuradoria Regional da República da 4ª Região (PRR4); Defensoria Pública da União; Procuradoria da Fazenda Nacional; Associação dos Juí­zes Federais (Ajufe); Associação dos Juí­zes Federais do Estado do Rio Grande do Sul (Ajufergs); Associação dos Juí­zes Federais no Estado de Santa Catarina (Ajufesc); Associação Paranaense de Juí­zes Federais (Apajufe); seções Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Em sua ampla maioria, os representantes, considerando os números atuais da pandemia, manifestaram posição contrária à retomada do trabalho presencial neste momento. O presidente da Ajufergs, juiz federal Rafael Martins Costa Moreira, reforçou que, em pesquisa realizada pela entidade, 84,7% dos juí­zes são favoráveis ao retorno em momento posterior; em torno de 7% defendem a partir de 1º de julho e uma minoria, a partir de 15 de junho.

O diretor Zé Oliveira explicou que a posição da direção do Sintrajufe/RS, reafirmada em reunião do Conselho Geral da entidade, é por manter a suspensão do trabalho presencial, com continuidade do trabalho remoto. Por agora, em atividade presencial necessária no perí­odo do confinamento, ou no futuro, que só seja realizada com fornecimento de EPIs necessários pela Justiça Federal (o que consta, inclusive, no inciso 1º, artigo 5 da resolução 322/2020).

O dirigente informou que a posição sobre trabalho remoto foi corroborada pela categoria, por meio de abaixo-assinado promovido na categoria, com quase 900 s de servidoras e servidores. Citou o agravamento da situação no Rio Grande do Sul, sendo que, no sábado, quatro regiões receberam bandeira vermelha, no modelo de distanciamento social adotado pelo governo estadual, atingindo 11 cidades com unidades da Justiça Federal. Lembrou que também em Porto Alegre foram retomadas várias restrições, devido, em especial, ao aumento da ocupação de UTIs. Zé Oliveira disse que a JF tem instrumental tecnológico para manter o trabalho remoto, uma vez que se continua produzindo. Citou a decisão da Corregedoria Regional da JF da 4ª Região, que, ao manter a suspensão do trabalho presencial pela menos até 30 de junho, informou que, de abril a maio, foram aprovados ou restabelecidos 38.948 benefí­cios previdenciários e proferidas 147.131 sentenças.

Por fim, informou que levantamento nacional aponta pelo menos 20 mortes de colegas do Judiciário Federal no paí­s, a maioria oficiais de justiça e agentes de segurança. Diante desses argumentos, disse o dirigente, não tem como haver retorno neste momento . A prioridade, defendeu, é garantir a saúde e a vida de servidoras e servidores, estagiários, terceirizados, magistrados, advogados e demais usuários da Justiça .

O presidente da Apajufe, juiz federal André Wasilewski Duszczak, disse que não há condições de retomar agora e que isso só deveria ser considerado em caso de curva descendente da pandemia. E, quando do retorno, que seja observada a utilização de equipamento de proteção individual (EPI) e barreiras fí­sicas de acrí­lico nas salas de audiência. O presidente da OAB-PR, Cassio Telles, disse que a posição da Ordem é que não dá para voltar às atividades presenciais neste momento e que não é possí­vel delimitar uma data de retorno. Ambos citaram a situação preocupante no estado do Paraná.

O procurador-chefe da PRR4, Marcelo Berckhausen, defendeu a manutenção da suspensão do expediente presencial: entendo como prematuro o retorno, não seria adequado neste momento . Da mesma forma, a procuradora-geral da União, Mariana Filchtiner Figueiredo, disse entender como precipitada a posição pela retomada imediata e citou a preocupação com idosos e outros grupos de risco.

Os coordenadores do Sintrajusc/SC, Paulo Koinski, e do Sinjuspar/PR, Paulo Henrique Santos, reiteraram a importância de manter as medidas atuais. Ambos referiram o crescimento do número de casos de infecção pelo novo coronaví­rus em seus estados.

Em resposta a questionamento do diretor Zé Oliveira sobre aquisição de EPIs pela istração, o desembargador Laus informou que o tribunal tem compra programada de máscaras, álcool gel, luvas e protetores de acrí­lico. Na reunião, citou o recrudescimento da situação em Porto Alegre e a preocupação em manter a prestação jurisdicional, mas que “de forma alguma queremos expor a qualquer risco servidores e magistrados”.

O desembargador informou que tomará uma decisão ainda nesta semana. Antes, participará de outras reuniões e ouvirá também a área de saúde do tribunal e os órgãos de saúde.

Na avaliação da direção do Sintrajufe/RS, até manifestação da Presidência, o que se deve considerar é a decisão anterior do TRF4, que não previa data de retorno ao expediente presencial, com a continuidade do trabalho remoto, e a mais recente decisão da Corregedoria Regional, em relação à 1ª Instância, de manutenção do atual quadro pelo menos até 30 de junho. O sindicato continuará monitorando a situação e cobrando que, enquanto permanecerem os atuais dados da pandemia, sejam mantidas as medidas para resguardar a saúde de todos e todas.