SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT 48562h

UNS GANHARAM.. 2h516g

Dividendos pagos em 2022 pela Petrobras superam lucro lí­quido e investimentos da empresa; acionistas festejam enquanto preços dos combustí­veis seguem altos 16n6d

A Petrobras anunciou nessa quarta-feira, 1º, o pagamento de R$ 35,7 bilhões aos acionistas, valor referente ao quarto trimestre de 2022. Com isso, a distribuição de dividendos em 2022 chega a R$ 215,7 bilhões, mais do que o dobro do que foi pago em 2021. Uma polí­tica que limita a possibilidade de que a empresa atue direcionada aos interesses da maioria da população brasileira.

O pagamento recorde de dividendos alcançado em 2022 é maior do que o lucro lí­quido da Petrobras (R$ 188,3 bilhões) e também do que os investimentos realizados pela empresa no ano ado (cerca de R$ 52 bilhões). Os acionistas privados são os grandes beneficiários por essa polí­tica, já que possuem 63,4% do capital da Petrobras.

Conforme o jornal O Estado de S. Paulo, esse deve ser o último pagamento desse montante no governo Lula, já que há correntes no governo que questionam o direcionamento de tantos recursos ao pagamento de acionistas. A alternativa seria direcionar parte desses valores para que a Petrobras atue pelo desenvolvimento do paí­s, inclusive com o barateamento dos combustí­veis.

A Federação única dos Petroleiros (FUP) divulgou matéria criticando o tamanho do novo pagamento de dividendos: a maior estatal do paí­s não pode continuar sendo uma máquina de gerar dividendos para os acionistas, sem compromisso com o desenvolvimento nacional e a soberania do paí­s , diz o texto. A FUP adverte que o montante investido ficou 17% abaixo do que estava previsto no próprio Plano Estratégico da empresa e 80% inferior ao patamar de investimentos anuais observado entre 2010 e 2013.

O Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustí­veis (Ineep) também questiona a atual polí­tica: Os resultados financeiros e operacionais da Petrobras no 4T22 reafirmam a herança negativa da era Bolsonaro na estatal brasileira e revelam que a revisão do atual Plano Estratégico 2023-27, divulgado em novembro de 2022, é urgente e essencial para o futuro da companhia e do paí­s , comentou o diretor técnico do Ineep, Mahatma dos Santos.

PPI precisa acabar 3v4838

Um dos caminhos para reduzir o peso da distribuição de dividendos nos resultados da Petrobras é o fim da polí­tica chamada Preço de Paridade de Importação (PPI), implementada pelo governo de Michel Temer (MDB) e mantida por Bolsonaro. Essa polí­tica, organizada de forma a gerar e distribuir dividendos, vincula o preço às oscilações do mercado internacional, com base nos custos de importação, que incluem transporte e taxas portuárias como principais referências para o cálculo dos combustí­veis. Por estar vinculado ao sistema internacional, a variação do dólar e do barril de petróleo tem influência direta no cálculo dos combustí­veis da Petrobras. Nesse contexto, não há saí­da sem encerrar a polí­tica do PPI, investir na Petrobras e restabelecer o controle soberano sobre o petróleo brasileiro.

Com informações do Estadão e da FUP