Nesta terça-feira, 20, às 11h, centrais sindicais e movimentos sociais realizam em Porto Alegre ato público em defesa da redução da taxa de juros no Brasil. O protesto também defenderá a saída de Roberto Campos Neto da Presidência do Banco Central, para a qual foi nomeado pelo governo anterior, de Jair Bolsonaro (PL).
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A manifestação, que integra a Campanha Nacional pela Redução dos Juros, será realizada em frente à sede do Banco Central na capital gaúcha, na rua 7 de Setembro, 586, no Centro Histórico. O ato ocorrerá no primeiro dia da reunião do Comitê de Política Monetária do BC, que anunciará no dia seguinte a taxa de juros para o próximo período. No local do ato, será instalada uma cozinha solidária, que servirá refeições para moradores de rua e comunidades da periferia da capital gaúcha.
Atualmente, a taxa de juros no Brasil é de 13,75%, a maior taxa real do mundo. Em matéria publicada em abril, o Sintrajufe/RS apontou que apenas 1% de redução da taxa de juros geraria cerca de R$ 40 bilhões em recursos para a União, o que poderia representar, por exemplo, R$ 1,8 mil a mais por ano a beneficiários do Bolsa Família ou incremento de 22% no orçamento da Saúde. A taxa de juros em patamar elevado faz aumentar o lucro dos bancos e, por outro lado, dificulta o crescimento da economia, a geração de emprego o provoca um aumento do endividamento das famílias brasileiras. Com juros mais altos, contas a pagar ficam mais altas, o que impacta diretamente no orçamento do brasileiro.
Fim da independência do BC 2a6h3q
A independência do Banco Central, que garante a Campos Neto a definição da taxa de juros, foi implementada pelo governo de Bolsonaro, tendo entrado em vigor em fevereiro de 2021 e cria obstáculos para que o governo implemente outra política econômica. O governo federal tem criticado reiteradamente a taxa de juros e defendido sua redução, mas a decisão cabe ao presidente do Banco Central. Nomeado pelo governo anterior, Campos Neto alinha-se à política econômica que vinha sendo implementada por Bolsonaro e Paulo Guedes e recusa-se a baixar o índice.
Com informações da CUT/RS