SINDICATO DOS TRABALHADORES DO JUDICIÁRIO FEDERAL E MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO - FUNDADO EM 28 DE NOVEMBRO DE 1998 - FILIADO À FENAJUFE E CUT 48562h

SÓ EM RATANABÁ 615525

Bolsonaro diz que governo evitou corte salarial de servidores; Delí­rio faz parte da confusão para emplacar o zero de reposição 5o6m2e

Nesse domingo, 26, Jair Bolsonaro (PL) voltou a falar sobre o congelamento salarial dos servidores e servidoras. Bolsonaro aproveitou para mentir, mais uma vez: disse que foi seu governo quem evitou que o funcionalismo tivesse corte salarial. Não é difí­cil, porém, encontrar notí­cias do perí­odo de seu governo que trazem a verdade: não fosse a pressão dos trabalhadores e trabalhadoras e da oposição, os salários dos servidores teriam sido reduzidos nominalmente em até 25%, fora as perdas inflacionárias.

Em pelo menos duas propostas, Bolsonaro e Paulo Guedes insistiram em reduzir um quarto dos salários de servidores e servidoras. Primeiro, na proposta de emenda à Constituição (PEC) 186/2019, conhecida como PEC Emergencial. Não conseguiram, mas voltaram à carga logo depois, com a PEC 32/2020, da reforma istrativa. Será que Bolsonaro esqueceu que apenas a resistência das diferentes categorias impediu a inclusão desse item na PEC Emergencial e, depois, a aprovação da reforma istrativa?

Na mesma declaração, Bolsonaro reconheceu a capacidade de luta dos servidores, mas tentou jogar umas categorias contra as outras: Houve uma ideia inicial de separar R$ 1,7 bilhão para PF, PRF e o pessoal dos estabelecimentos prisionais. Quando começamos a estudar isso aí­, outras categorias não aceitaram, queriam também e entraram em greve servidores estratégicos, que parariam o Brasil. Então lamentavelmente foi suspensa essa possibilidade de reajustar para esses servidores porque o Brasil ia parar , disse. A verdade é que os sindicatos nunca foram contra o reajuste das carreiras policiais; apenas entendem que todas as categorias merecem reposição das perdas.

Por fim, não descartou o envio de um projeto para reajustar o vale-alimentação. Porém, essa possibilidade não dá conta das necessidades das categorias e, ainda, deixaria de fora os aposentados e as aposentadas, que ficariam com zero. A campanha salarial unificada iniciada em janeiro reivindica 19,99%, agora as perdas já estão calculadas em mais de 30%.

Tática da confusão 5i501p

Desde o iní­cio do ano, o governo vem criando confusão acerca da reposição salarial. Zero, 5%, vale alimentação, 2023, zero de novo o vai e vem do governo, como vinha alertando o Sintrajufe, servia somente para ganhar tempo e tornar o congelamento inevitável, é a granada no bolso do inimigo como explicou Paulo Guedes numa reunião ministerial em abril de 2020. Mas a pressão deve continuar. Há recursos, segundo o próprio STF, para reduzir, pelo menos parte, as perdas acumuladas.

Judiciário já confirmou que tem dinheiro

Já ficou demonstrado, em documento encaminhado à Casa Civil, que há espaço no orçamento do próprio Judiciário para oferecer reposição aos servidores, mas o Supremo, em vez de encaminhar projeto de lei ao Congresso, está condicionando o í­ndice de reposição da categoria à decisão do governo Bolsonaro para todo o funcionalismo. O STF já poderia ter enviado projeto ao Congresso, a exemplo do que fez o Tribunal de Contas da União (TCU), que apresentou à Câmara um projeto para a reposição de 13,5% para os servidores e as servidoras do órgão. No caso do Judiciário, as perdas acumuladas durante o atual governo já am dos 30%.

Contudo, a falta de iniciativa do STF para amenizar as perdas salariais é somente para os servidores e servidoras. Publicamente, o presidente da corte está empenhado em aprovar a PEC 63/2016 que estabelece que os integrantes do Ministério Público e magistratura da União, dos Estados e do Distrito Federal fariam jus à parcela mensal indenizatória de valorização por tempo de exercí­cio no Ministério Público e na magistratura calculada na razão de cinco por cento do subsí­dio do respectivo cargo a cada quinquênio de efetivo exercí­cio, até o máximo de sete (35%) e assegura aos que ingressarem na Magistratura e no Ministério Público a contagem de tempo de exercí­cio anterior em carreiras jurí­dicas, bem como na advocacia.

Participe da pressão e envie e-mail ao STF cobrando o envio imediato projeto de reposição 53r2

O Sintrajufe/RS, a Fenajufe e outros sindicatos têm realizado mobilizações semanais, inclusive em Brasí­lia, para cobrar do governo e do Supremo a reposição das perdas salariais. Nesta semana, mais uma vez, o Sintrajufe/RS enviou uma caravana a Brasí­lia para participar das atividades promovidas na capital federal.

Ao mesmo tempo, cada colega pode reforçar a pressão. Uma das formas é enviar e-mails ao STF para cobrando o envio imediato de um projeto de lei que recomponha as perdas, ainda em 2022. Veja abaixo um texto que pode ser copiado e enviado. O e-mail é [email protected]. Não utilizamos sistema automático de envio de emails dentro de nossa página para evitar que eles sejam bloqueados por algum filtro ou antispam.

Excelentí­ssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal Ministro Luiz Fux,

Sou servidor(a) do Judiciário Federal e venho, por meio deste, manifestar enorme preocupação com a demora no encaminhamento de projeto de lei ao Congresso Nacional buscando a reposição das perdas inflacionárias acumuladas (30,66%) sobre nossos salários ainda em 2022.

Por essa razão, rogamos a Vossa Excelência que demonstre o vosso reconhecimento pela importância de nosso papel como agentes públicos que se dedicam com afinco diariamente, em conjunto com membros da magistratura, para viabilizar a entrega da tutela jurisdicional aos cidadãos brasileiros.

Sabemos que o Poder Judiciário da União conta com aproximadamente R$3 bilhões em saldo orçamentário e que esse pode ser usado para contemplar tal reajuste.O encaminhamento desse projeto é de responsabilidade de Vossa Excelência e não podemos crer que essa gestão será marcada como a única do STF a não enviar (ou pagar) projeto de reajuste dos servidores do Judiciário Federal ao Legislativo, mesmo possuindo recursos para tanto.

Atenciosamente,

Endereço para envio: [email protected]