A testagem para covid-19, principalmente para setores e categorias que enfrentam maior risco de contágio, é uma exigência que vem ganhando força. Um o importante pode ter sido dado na sexta-feira, 10, em mediação em audiência virtual no TRT-4, quando foi aberta a possibilidade de testagem de trabalhadores e trabalhadoras da saúde nos hospitais públicos e privados do Rio Grande do Sul. Essa também foi uma das pautas da categoria em atos do Fora, Bolsonaro , mobilização nacional ocorrida também na sexta-feira.
A mediação foi resultado de ação ajuizada pela CUT/RS e pela Federação dos Empregados em Estabelecimentos de Saúde (Feessers) contra as federações patronais que representam hospitais, santas casas e municípios, cobrando a testagem de todos os profissionais da área. Participaram a CUT/RS, a Feessers, o Sindisaúde, entidades patronais, o Conselho Regional de Enfermagem do RS, a Procuradoria Geral do Estado e o Ministério Público do Trabalho. Depois dos debates, ficou definida a possibilidade de início de um processo de testagem, começando por instituições de saúde com grande volume de atendimento.
O presidente da Feessers, Milton Kempfer, afirmou que garantir a saúde dos trabalhadores é fundamental para que atuem em segurança e possam cuidar dos cidadãos que chegam aos hospitais e centros de referência . Para o presidente do Sindisaúde/RS, Julio Jiensen, é inaceitável o Ministério da Saúde estar represando teste, quando o país já ultraou 1,5 milhão de pessoas infectadas. Ele comentou, em entrevista à CUT/RS, que trabalhadoras e trabalhadores da saúde que têm sintomas estão sendo afastados, mas não são testados nem no início do afastamento nem no retorno ao trabalho. Appel também denunciou que há uma grande pressão de grandes hospitais sobre que aquelas instituições que estão fazendo testagem, porque não querem investir em testes.
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Trabalhadores de frigoríficos também exigem testagem
Outra categoria que conta grande número de infectados pelo novo coronavírus é a de trabalhadoras e trabalhadores em frigoríficos. Tanto que a CTB regional Serra lançou uma nota pública, exigindo testagem em massa, não apenas da categoria, mas da população em geral.
Os frigoríficos no estado já aram por cinco interdições e am onze termos de ajustamento de conduta desde o início da pandemia. Ainda assim, segundo levantamento do Ministério Público do Trabalho, o setor já soma mais de 6 mil casos, com um crescimento de 40% em pouco mais de um mês. Em 14 unidades, há mais de cem casos confirmados em cada uma.
Brasil não chega a testar 20% do prometido pelo governo
Em maio, o governo havia se comprometido a realizar 70 mil testes por dia no período mais crítico, projetado para o mês de junho. No entanto, foram feitos apenas 20,8% do previsto. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, somente dessa forma é possível identificar as pessoas infectadas e isolá-las para evitar a transmissão.
Agora, quatro meses depois do início da pandemia, o governo, que está há 59 dias sem um titular à frente do Ministério da Saúde, finalmente começou a distribuir kits de testagem. No entanto, além de serem em menor volume do que o necessário, o governo tem entregado kits incompletos, sem um dos reagentes essenciais para processas as amostras, de acordo com informações de secretarias de saúde dos estados.
Uma das exigências do Sintrajufe/RS, para quando houver segurança para o retorno ao trabalho presencial, é a testagem em pessoas que se autodeclarem com sintomas e também em colegas que tenham mantido contato com elas.
Sintrajufe/RS, com informações de O Estado de S. Paulo, UOL, CUT/RS e CTB regional Serra.