Jair Bolsonaro (PL) voltou a minimizar o problema da fome, que aumentou em seu governo, e a desprezar o drama de trabalhadores e trabalhadoras que sofrem com as altas taxas de desemprego. No país, são 9,9 milhões de pessoas desempregadas, 39,3 milhões na informalidade, 13,1 milhões trabalhando na iniciativa privada sem carteira assinada e 25,9 milhões por conta própria.
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A afirmação foi feita dia 21, em entrevista de Bolsonaro à emissora católica Rede Vida. Ele disse que a população brasileira pobre está acostumada a não aprender uma profissão. São pessoas que foram, ao longo dos anos, acostumadas a não se preocupar ou o Estado negar uma forma de ela aprender uma profissão , afirmou.
Em seguida, disse que não são todas as ocupações que necessitam de estudo: “Por exemplo, você quer vender uma carrocinha de cachorro-quente na praça. Você não tem que ter estudo para isso, com todo o respeito. Você tem que entrar com o pedido de alvará e a prefeitura conceder”.
O chefe de governo também voltou a dizer que o número de pessoas que am fome no Brasil é superestimado: Tem gente ando fome? Tem, mas não nesse número todo . Entretanto, segundo relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), 61,3 milhões de brasileiros lidaram com algum tipo de insegurança alimentar entre 2019 e 2021. Pelos números, praticamente um em cada três habitantes enfrentaram o problema.
Sobre a fome, Bolsonaro disse que “tirar as pessoas da linha da pobreza é um trabalho gigantesco”. Além disso, voltou a afirmar que o número de pessoas que am fome no Brasil é superestimado.
No governo Bolsonaro, o Brasil atingiu a marca de 125 milhões de pessoas, mais da metade da população brasileira (212,6 mi), que não têm o que comer nas três refeições diárias necessárias. São 33,1 milhões ando fome todos os dias.
É o maior número de brasileiros com fome desde os anos 1990, quando órgãos como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre outros, começaram a pesquisar a insegurança alimentar. Os dados são da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan).
Durante a entrevista, Bolsonaro afirmou que não é esse número todo de pessoas que am fome no país. Segundo o ele, quem vive abaixo da linha da pobreza pode recorrer ao Auxílio Brasil.
Bolsonaro talvez não saiba, mas em 12 capitais brasileiras, incluindo Brasília, a cesta básica custa mais do que o valor do Auxílio Brasil. Isso significa que milhares de pessoas no país não estão conseguindo comprar sequer o mínimo para ter as calorias necessárias e se alimentar três vezes por dia se dependerem apenas do benefício para sobreviver. Além disso, no Orçamento da União para 2023 enviado pelo governo ao Congresso, o valor previsto para o Auxílio Brasil no ano que vem é de R$ 405.
Fonte: CUT/RS, UOL e BNews